segunda-feira, 15 de outubro de 2012

15ª Meia Maratona da Moita

Inspira, expira, inspira fundo. Relaxa. Lá vem ela! Quem? A crise. Então não se tinha já instalado entre nós? É verdade, mas vem mais a caminho, e agora é a doer. Senta-te e espera pelo resultado. Entrementes fuma um cigarro. Toma. Fumar adoece, fumar mata, então para que fumas? Queres adoecer? Queres morrer? Deixa lá, um cigarro apenas não faz mal e sabe bem. Ajuda a esquecer a tristeza e as contrariedades da vida. Tantas coisas que fazem mal e não passamos sem elas! Ler é uma delas, faz mal à vista cansada e no entanto insistimos em ler as notícias amargas que enchem os jornais sobre a austeridade, o fim da classe média, o brutal aumento de impostos, a «bomba atómica fiscal», no dizer de alguns. Se ao menos fossem notícias agradáveis! Masoquismo? Inevitabilidade genética? Hoje é dia de saber as novidades orçamentais. Há todavia esperança que não sejam tão bombásticas como se dizia. Isto quer é uma revolução! Já não vai lá com cantigas. Responsabilizem-se os culpados da situação, metam-se na pildra como fazem com os pés rapados. Acabem com as manobras dilatórias, não deixem os processos prescrever. Já fumei um maço inteiro a pensar na crise e nas inerentes consequências, e no que já me roubaram e se preparam para roubar. Malditos sejam! Que lhe caia um raio em cima! Lamento dizer isto, mas não consigo dizer outra coisa, e se dissesse seria bem pior. Não há qualificativos bastantes e suficientemente fortes para classificar estes tipos de caca. Incompetentes, insensíveis, ladrões, vigaristas são apenas alguns dos mais suaves. Eu, que nem fumo, e o dinheiro mal me dá para comer, muito menos para apaziguar o vício, aqui estou sentado a devorar cigarro atrás de cigarro, acendendo uns nos outros, remoendo pensamentos lúgubres, enquanto espero que a caixinha das surpresas se abra. Chega de pensamentos negativos que, tal como os cigarros, fazem mal à saúde. Com tantas coisas agradáveis em que pensar, não sei por que continuo a pensar em assaltos à mão armada perpetrados por quem tem o dever de nos proteger. Pois bem, falemos da meia maratona da Moita 2012, no prazer que se sente a correr, no convívio com os amigos e conhecidos, nas dificuldades da corrida durante o percurso, no cansaço evidente e natural no final da prova, nos tempos gastos, na satisfação de concluir mais uma prova. Aspetos comuns a todos os atletas, no caso concreto, cerca de dois mil, sendo que quinhentos e tal, quase seiscentos, eram da meia e os restantes da caminhada. O percurso, ao longo de toda a faixa ribeirinha do concelho, passando por todas as freguesias, era acessível, com duas ou três subidas curtas e pouco acentuadas, o resto era plano. Apesar disso, no final, soaram rumores que era dura. Uma prova de vinte e um quilómetros é sempre dura, ainda que o percurso seja fácil. A corrida terminou bem na hora do almoço, e muitos atletas e acompanhantes, não obstante a crise, aproveitaram para se deliciarem com uma caldeirada à fragateiro, um ensopado de enguias, um arroz de marisco, pratos típicos desta terra de marítimos e fragateiros.

 

Classificação individual e coletiva:

 

48º- Hugo Adelino 1h18'44
129º-Marco Melo 1h29'47
143º-Eurico Charneca 1h30'36
263º-Leonel Neves 1h38'18
276º-Luis Ferreira 1h39'26
296º-Fernando Avelino 1h40'40
339º-Hernâni Monteiro 1h43'02
370º-Filipe Torres 1h45'34
371º-Daniel Pinto 1h45'34
373º-Fernando Silva 1h45'29
376º-Filipe Ramalho 1h45'47
451º-José Jacob 1h51'57
523º-Joaquim Adelino 2h01'35
525º-Emilio Gonçalves 2h01'58

 
15º por equipas em 35

Caminhada
Maria Silva, Susana Pinto, Sónia Torres

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