segunda-feira, 28 de maio de 2012

Corrida das pontes-Coruche


CORRIDA DAS PONTES
Hora marcada, breves foram os momentos de concentração na catedral desportiva dos AVS.
Em caravana, seguimos para os lados de Vila Franca, que nos permitiu passar para a margem sul do Tejo, a caminho das zonas mais planas do país, e onde a companhia dos sobreiros, aos poucos, se vai fazendo notar. A paisagem, aos poucos, vai permitindo espraiar zonas mais vastas que aquelas a que convivemos diariamente, vivendo e deslocando-nos entre paredes de betão. Sorte esta, que uns escolheram e outros não, mas que todos temos em comum, que é viver num formigueiro humano que se chama centro urbana de excelência. A liberdade do olhar começa a percorrer distâncias bem mais vastas, nas planícies, uma vez de arrozais, outras de imensas árvores que despem da cortiça, de nove em nove anos.
Manhã fresca, cidade aprazível, e numa romaria calma, todo o tráfego convergia para o parque desportivo, turístico, taurino, e de lazer. Melhor atracção que o espectáculo visto de cima, não há. Ao longo do rio que junta um pouco antes da povoação os rios Sor e o Raia, pudemos observar uma fiada de pescadores, espaçados entre si por alguns metros, na margem arenosa, numa que entendemos ser uma prova de pesca desportiva.
Salutar actividade esta que deve proporcionar, além da concentração que exige aos participantes, acumulado saber na manha dos peixes que fintam a paciência de quem se entrega ao troféu do “jogo da apanhada”, mas agora debaixo de água. Mas será, decerto a acalmia do ambiente que proporciona o prazer máximo de desfrutar de momentos de reflexão e conversa com os nossos botões, permitindo a paz de espírito necessária às boas decisões da vida de cada um. Momentos destes não se repetem no nosso dia a dia de loucas correrias que a necessidade de trabalhar impõe.
Cidade que vive indissociável do Sorraia, com águas que deslizam pachorrentamente entre margens enxameadas de frondosos salgueiros, chorões bem assim outros típicos das margens destes cursos de água, espraia-se meia encosta para os lados onde o sol se esconde, vê o rio encaminhar-se no mesmo sentido, a caminho do grande TEJO, um pouco para Sul de Salvaterra.
É sobre esta terra que se escreve num português arcaico, o que transcrevo da “Grande Enciclopédia Portuguesa”: ”Cria este Rio peixes em abundancia a saber Mujas, Cunbas, sarmoins, e muitas bogas, e correm por ele saveins, e algumas lampreias no seu tempo
8 - Ordinariamente custumam as pescarias neste rio dos saveins em o mez de Fevereiro, e estas existem thé Abril que sam as que se fazem nelle
9 - As pescarias que neste rio se fazem sam livres para quem as fas só tiram licença da Camara, e esta os obriga a vender o peixe ao povo desta Villa.
10 - Nas margens deste Rio se sameya trigo, senteio, sevada, milho groso, e meudo, feijam frade, como tambem meloais, e em alguns cazais, que ha proximos a este Rio há Arvores frutiferas, e silvestres ahinda que muito poucas.”
 Outro grande trunfo grande trunfo da zona é retirado dos caules do sobreiro: a cortiça. E é à volta deste tecido vegetal que se constitui o evento no qual está integrada a prova que nos levou a estas paragens: a Feira Internacional da Cortiça de Coruche.
Longa vai a crónica, e impõe-se que se fale agora do que a estas paragens nos levou:
Larga comitiva se apresentou para esticar as pernas ao longo das vias que passam pelas famosas pontes e que continuam ao longo das margens do Sorraia, ora através dos campos semeados, ora por asfalto irregular.
Fantástico 2º lugar por equipas, além de dois segundos lugares por escalão, outros galardoados até ao 10º lugar, foi com regozijo que se comentaram as classificações alcançadas pelo grupo de “AMIGOS”, a caminho do churrasco que veio preencher o vazio provocado pelo esforço da prova. Ora uma morcela, um chouriço na brasa, não faltaram as linguiças, a preceder as sempre desejadas bifanas e costeletas num carvão bem escaldante, dando lugar ao pretexto de bem regar as gargantas, para não falar da grande salada, à mão trincada, por falta de garfos.
Por falar disto, que  grande Fernando é este que trata de tudo o que ao prazer dos “morfes” se impõe, de forma generosa, sempre disposto e tolerante aos protestos dos que pouco contribuíram para o evento. O Fernando pensa, o Fernando trata, o Fernando executa. Aqui fica uma palavra de agradecimento.
Assim, vale a pena pertencer a um grupo tão diverso e tão completo como é este do VALE DO SILENCIO.
Havemos de continuar, durante anos a fio, a falar deste que reputo de Grupo sem FIM, assim o espírito de grupo se imponha aos benefícios individuais.
LUMAVITO 120527
 Texto: Luciano Tomás

quarta-feira, 23 de maio de 2012

7ª. MEIA MARATONA DO DOURO VINHATEIRO

A estrada nº. 222 que liga as localidades do Pinhão - Peso da Régua
poi palco da 7ª. Meia Maratona do Douro Vinhateiro.
Como nos anos anteriores a prova teve início na Barragem da Bagauste e
terminou na Avª. Principal do Peso da Régua.
A prova princioal, na minha opinião,deve ter sido uma das mais participadas.
A caminhada, na qual participei pela primeira vez, também teve uma
afloência grande.
A organização continua a não meter vinho do porto do antigo, dado que,
na nete estava a partida às 10H30 e esta teve lugar
já depois das 11H00.
Pela primeira vez, nas provas em que participei, o S. Pedro deu-nos um
clima a condizer com o esforço dos que participaram
na prova rainha.
A camisola, cuja cor este ano foi azul, condizia com a bela paisagem
que a zona no dá. Nela foi mencionado o poema de Miguel
Torga "Socalcos que são passados de homens titânicos a subir as
encostas. Um poema geológico. A beleza absoluta.".
Na caminhada os A.V.S. foi representado por:
Rosina de Jesus Silva
Antónia da Silva

Corrida Direito


CAROS AMIGOS DO SILÊNCIO:
Cinco arrojados AVS encontraram-se hoje, manhã cedo, nos contrafortes do grande pulmão de Lisboa.
Sabendo que os percursos dentro desta grande mata florestal são, naturalmente, recheados de declives e e zonas encarpadas, o trajecto escolhido aproveitou uma boa parte das inclinações acentuadas, não poupando em nada as energias dos que se propuseram vencer estes obstáculos.
Cedo nos percebemos que este não seria o único adversário, confirmando-se tal suspeita desde o sinal de partida.
De facto, um quase dilúvio abateu-se sobre aquela zona, com granizo à mistura, permitindo assim, conjecturas de abandono, caso estas condições se mantivessem.
Após cerca de quinze minutos, quais pintos molhados e quase depenados, a intensidade da chuva lá se lembrou de nós, e foi abrandando aos poucos, permitindo que o desânimo não se apoderasse das hostes nesta luta ingrata e desigual.
Até ao final, deu-se lugar à força anímica para vencer as inúmeras subidas acentuadas, logo complementadas com outras tantas descidas abruptas, em que o grande cuidado era direccionado a evitar o mínimo desequilíbrio que provocasse uma queda, para mais com um piso escorregadio, tão marcado pela chuva copiosa.
Sendo esta uma crónica sobre uma prova desportiva, elas proporcionam-nos o contacto com lugares tão díspares de uma para outra corrida.
Entendo ser este aspecto mais um trunfo valioso para quem aprecia o culto do conhecimento. Se uns lugares nos conduzem a pedaços da nossa história, outros virados para questões sócio políticas, ou ainda de ordem económica, outros ainda dedicam-nos a possibilidade de contactar com a mais frondosa floresta da zona de Lisboa. Esta permite-nos desfrutar da beleza natural deste grande pulmão da capital, e que faz com que a poluição urbana seja minorada por esta contribuição da fábrica natural do oxigénio.
Para que possamos aperceber-nos da realidade desta zona, deixo aqui alguns excertos das características desta zona que está a dois passos do centro da cidade, e com acessos bem integrados, e que nos proporcionam os mais diversos tipos de desportos e lazer.
PARQUE FLORESTAL DE MONSANTO
No século XIX, a serra de Monsanto era coberta por searas e por pastos para gado. A importância da produção cerealífera é atestada pelos inúmeros vestígios de moinhos de vento. Tinha também várias pedreiras em actividade, de onde se extraía a matéria-prima para a crescente demanda urbanística da Lisboa da época.
Em 1868 surge a ideia de arborizar o que seria o Parque Florestal de Monsanto, para, a exemplo do Bosque de Bolonha, em Paris, ser um grande parque de passeio dos Lisboetas. Mas só em 1929 foi criada a primeira comissão para elaborar plano de arborização da Serra de Monsanto.
Os moinhos que abundam na serra serão aproveitados para pequenas casas de chá, independentemente da construção de um ou vários pavilhões (…) e em torno deste grande parque, de acidentado terreno e belos horizontes, haverá uma avenida de onze quilómetros de extensão (…) que ligará com o futuro Estádio Nacional e terá comunicação com (…) o largo da Torre de Belém».
A árida Serra de Monsanto tornou-se palco de uma guerra pacífica, na qual a Mocidade Portuguesa tem o papel de criar vida, plantando milhares de árvores, que hoje revestem a Serra, com a urgência que envolvia todo o projecto. As poucas árvores que existiam na Serra eram as da Mata de São Domingos de Benfica, as da Tapada da Ajuda, e ainda algumas oliveiras que ladeavam as estradas que dividiam os terrenos.
À Mocidade juntaram-se os trabalhadores desses terrenos e os prisioneiros do Forte de Monsanto, numa luta contra o tempo, plantando árvores de crescimento rápido como a Acácia Austrália (Acácia melanoxylon) e o Eucalipto (Eucaliptus globulus lab). Plantaram também pinheiros mansos (Pinus pinea), pinheiros de alepo (Pinus halepensis) e Cedros do Bugaço (Cupressus lusitanicus) com um carácter de recreio, e espécies típicas da floresta portuguesa, como o Carvalho Cerquinho (Quercus faginea), o Sobreiro (Quercus suber) e a Azinheira (Quercus rotundifolia), com um intuito didáctico.
Em 1940 foi projectado o Centro de Desportos do qual só foi construído o seu miradouro. Localizado perto da actual Alameda Keil do Amaral que foi em 2003 transformada em zona de desportos radicais e de manutenção física bastante frequentada. São cerca de 1300 metros de circuito livre de automóveis com uma área todo-o-terreno para BTT, um ringue com obstáculos e rampas para skate, BMX e patins, um circuito de manutenção, um parque de merendas e um anfiteatro com vista para o Rio Tejo e para a margem sul.
Actualmente, o Parque Florestal de Monsanto, tem a dimensão aproximadamente de 900ha, mas já teve cerca de 1000ha, tendo sido cedido em 2005 uma extensa faixa para possibilitar a construção da Radial de Benfica. É da responsabilidade da DMAU, do DAEV e da DESA, entidades que se preocupam em garantir a segurança e as condições necessárias, para que se possa usufruir de tudo o que Monsanto tem para oferecer. Assiste-se em Lisboa obras que põem em prática o Plano do Corredor Verde, pensado pelo Arquitecto Paisagista Gonçalo Ribeiro Telles há mais de trinta anos atrás, sendo o responsável pela decisão de avançar com as obras é o vereador dos Espaços Verdes da Câmara de Lisboa, José Sá Fernandes.
O Corredor Verde é um plano que tem o objectivo de ligar entre si todos os espaços verdes desde o Parque Eduardo VII até Monsanto. Estão previstas, e já em construção, diversas ciclovias, pontes e passagens de peões, recuperação e melhoramento do parque de estacionamento, e equipamentos de apoio, como uma recepção em Campolide, cafetarias, aluguer de bicicletas e carrinhos eléctricos. Espera-se que este plano se concretize e ligue os lisboetas e Lisboa ao seu afamado, mas pouco usufruído, “pulmão”…
     
      
     A serra de Monsanto apresenta condições de exposição ao vento que levaram ao desenvolvimento de uma importante atividade moageira. Em 1762 contavam-se cerca de quatro dezenas de moinhos de vento no caminho que ligava a Junqueira e Belém a Monsanto. Este número cresceu até meados do século XIX, com um máximo de cerca de 75 unidades em laboração, tendo entrado depois em rápido declínio.
O Moinho do Penedo foi o último a encerrar, em 1925.[2]
                                 GERAL    ESCALÃO         TEMPO
JOAQUM BELO          49º             8º                   43,00
RUI FIGUEIREDO       50º            25                  43,03
LEONEL NEVES        78º             4º                   44,24
LUCIANO TOMÁS    166º            9º                    49,14
JOAQUIM DAMAS     199º          12º                   50,45

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Artigo na revista GQ


Provas de trail em alta

Para além dos limites


Aventurámo-nos nas provas mais radicais de atletismo. Mas sobrevivemos para relatar a experiência. Sim, com cãibras proporcionais à falta de treinos. Mas recomendamos. Boas noticias: quanto mais maduros, parece que mais rijos ficamos...

“O trail é muito bonito, mas quem se distrai arrisca-se a dar um grande... tralho.”
Paulo Portugal, Fevereiro 2012

“Força!”, “Força”. Força é mesmo a palavra-chave para enfrentar o desafio de completar uma prova de trail. De um lado, o incentivo mútuo entre atletas, mas também o pré-requisito necessário para cumprir os troços mais técnicos de percursos com várias dezenas (chegando mesmo à centena!) de quilómetros em montanha, em que as subidas são tão penosas como as igualmente agrestes descidas em trilhos de pedras soltas, rochas, lama, água e terra. Fica para recordar, o contacto mais puro com a natureza, onde a partilha do esforço físico nos limites e o companheirismo permite que cada prova seja vivida como uma pequena conquista. É por essas e por outras que a modalidade leva cada vez mais adeptos à montanha, saturados da monotonia desgastante e algo egoísta do alcatrão. Após a nossa experiência e o visionamento no youtube de vídeos das últimas provas mais radicais, cá e lá – desde o desafio da Freita à Maraton des Sables e Mont Blanc -, percebemos como é aqui que o tema de Vangelis da banda sonora de Momentos de Glória assume a sua verdadeira dimensão.
Foi num misto de espírito aventureiro e vontade tremenda de relatar a experiência aos leitores da GQ, que participámos em dois trilhos no espaço de um mês. Primeiro, os 42 kms do Ultra Trail dos Abutres, na serra da Lousã; depois nos 38 kms de Conímbriga Terras de Sicó, em Condeixa. Sempre na companhia do veteraníssimo ex-paraquedista Joaquim Adelino, de 63 anos, colega da equipa Amigos Vale do Silêncio, com apenas três anos de trail, mas mais de vinte em corridas. Daí o adequado nome de guerra (e do blog) “Pára Que Não Pára”.
Uma aventura partilhada ainda pelos outros ‘Amigos’ Hernâni Monteiro e Filipe Ramalho, bem sucedidos nos Abutres, e Eurico Charneca, com tempo canhão em Sicó. Oportunidade ainda para um momento de confraternização, em Mirando do Corvo, com o ultra-campeão Carlos Sá, em treino para a 27ª edição da Sultan Marathon des Sables, já em Abril, onde foi 8º da geral da última edição, num acumulado de 24 horas de prova. Bem feito.
Aqui estamos, no meio da natureza, depois de uma norte mal dormida no chão do ginásio local ou quartel dos bombeiros, em conjunto com algumas escassas centenas de viciados na adrenalina do sublime esforço do atletismo de montanha. O pensamento é comum: atacar a montanha! Ténis de montanha, “camel back” (o reservatório de água às costas), suplementos energéticos, para usar em alternativa aos fornecidos nos diversos pontos de abastecimento, bastões para os trilhos mais íngremes. Muita vontade. E treino qb.
Quando se parte para uma prova de mais de 30kms em montanha sabemos que não é a corrida que interessa, mas sim chegar ao fim. Por isso, a alternância entre o trote e o andar é fundamental. Só mesmo os prós para correr em caminhos estreitos, por cima de pedras até às ventoinhas eólicas nos cumes dos montes, seguidos por descidas pronunciadas onde a queda é a “morte” do artista. É aí que os sapatos de sola resistente, por vezes com pitons de metal para aumentar a tracção, marca a diferença em esforço e tempo. Bem como o uso dos bastões, uma espécie de 4x4 para as subidas, a hidratação e os suplementos energéticos. Sem stress e disponibilidade para uma dezena de horas a seguir as marcações na montanha? É assim que o trail se transforma numa experiência radical que vale a pena viver.
Joaquim Adelino tem a sua história. Começou a correr aos 39 anos, motivado pelos dois filhos, hoje ambos atletas. E nunca mais parou. Apesar de correr cerca de 3000 kms por ano, treinos incluídos, mantém a sua máxima: “há quem venha para competir, mas eu venho para me divertir”, diz o atleta que terminou com 9h os Abutres e Sicó com 5h25m. Um exemplo, meninos! E salienta o espírito saudável, e menos competitivo, do trail. “Aqui corremos e andamos, o que dá para recuperar e fazer grandes distancias.” Mas adverte: “Não dá para admirar a paisagem. Uma vez ia-me espalhando pela rocha abaixo”.
Para a (minha) história ficam a agonia das caimbras que me fizeram optar pelo calor da lareira no posto de abastecimento aos 29 kms, com 6h30, algures na serra da Lousã, dentro da prova dos Abutres (os últimos completaram a prova depois das 10 horas); resultado melhor nos mais brandos 38kms de Sicó, com 6h09, ainda que sempre acompanhado pela constante motivação do ‘vassoura’ José Magro. Lição aprendida: a sedução do desafio paga-se com uma semana de dores musculares intensas. Mas um programa de treinos mais longos com etapas em montanha acaba por dar melhores resultados. E uma vontade de fazer mais e melhor.
É este o fascínio pela modalidade: um misto de aventura, com saboroso desfrute de natureza, aliado a ao esforço físico no extremo. Sempre num ambiente de grande entreajuda. “É claro que não é qualquer pessoa que vem para o trail; é para quem tem muitos anos disto”, adverte Eurico Charneca. Mas não desaconselha: “Todos podem vir, mas têm de treinar, se não, não conseguem.”
Outros, bem mais audazes, cantarão feitos de uma partida às 4h30 da manhã para atacar os 70kms da Serra da Freita, em Arouca, como o Adelino, que pretende ultrapassar a sua barreira pessoal e os 40kms e ver a queda de água na Mizarela e ainda cumprir os 100 kms do Ultra Trail de S. Mamede, em Maio. “Temos de treinar o andar, não é só treinar a corrida. Aqui vemo-nos aflitos para arrancar 100 ou 200 metros a correr”, recorda. Há quem prepare os famosos 101Kms da Ronda, em Espanha, ou os mais de 160 kms no Mont Blanc, considerado por muitos como o trai dos trails. Para Carlos Sá, já se sabe, são as seis etapas dos 250 kms nas areias de Marrocos. Adeptos não faltam. É o turismo de aventura ligado ao desporto radical. Boa sorte. Boas provas. Força!!

O programa das festas de Joaquim Adelino (apenas até ao fim do Verão):
(ele diz que é para cumprir)

Abril
Dia 1, Trilhos do Amourol, 42 kms
Dia 15 Trail de Sesimbra, 50 Kms
Dia 22 Raid Vale de Barris, 30 Kms
Maio
Dia 6 Meia Maratona da Areia, Costa Caparica, 21 Kms
Dia 20 Ultra Trail de S. Mamede, 100 kms
Junho
Dia 6 Ultra Maratona Caminhos do Tejo, Lisboa-Fátima, 146 kms
Dia 30 Serra da Freita, 70 kms
Julho
Dia 8 Trail do Almonda, 30 Kms
Dia 22 Ultra Maratona Atlântica Melides/Tróia, 43 kms
Agosto
Dia 4 Trail Nocturno da Lagoa de Óbidos, 46 kms

Paulo Portugal
Nota : A  edição deste artigo só foi possível depois de obtida a devida autorização do seu autor a quem o blog agradece 

domingo, 13 de maio de 2012

Maratona da Esperança-Corrida Terry Fox


Corrida Terry Fox Portugal 2012
Terry, onde quer que estejas, nas estrelas, no Hades, na memória de cada desportista, de cada pessoa que sofre ou sofreu de cancro, de cada cidadão do mundo que teve o privilégio e a honra de privar contigo ou que conhece bem ou menos bem a tua história estás com certeza muito feliz pela realização deste evento em prol de uma causa a que heroicamente deste origem.
Vê esta gente, homens, mulheres e crianças, centenas senão milhares, vestindo uma T-shirt branca, com o teu nome em letras grandes nas costas, e à frente o teu rosto desenhado com palavras sentidas, que te caracterizam, em tua memória, por exemplo, coragem, perseverança, determinação, carácter, sacrifício.
Vem comigo, vamos assistir ao diálogo entre um menino com aproximadamente sete anos de idade e o seu avô, homem para os seus cinquenta e tais:
- Avô, quem é Terry Fox?
- Terry Fox foi um atleta e um activista para o tratamento de cancro, do Canadá.
- Então já morreu?
- Já. Morreu em 1981, ainda não tinha completado 23 anos de idade.
- Morreu de quê?
- Morreu com um cancro no joelho que se lhe espalhou para os pulmões.
- Por que é tão conhecido? O que é que ele fez de tão importante?
- Depois de lhe ter sido amputada uma perna por causa do cancro, decidiu percorrer o seu país, o Canadá, de ponta a ponta, com a finalidade de angariar fundos para pesquisas do tratamento dessa doença.
- E conseguiu, avô?
- Não. Devido ao agravamento da doença foi obrigado a interromper a jornada, uma verdadeira odisseia, ao fim de 143 dias consecutivos, percorrendo cerca de 42 quilómetros por dia, a pé. Essa jornada ficou conhecida como a Maratona da Esperança.
- Então é um herói?
- Sim, é um herói. Terry Fox foi proclamado um herói nacional, e é uma das personalidades mais conhecidas do seu país.
- E esta corrida!?
- A Corrida Terry Fox continua a arrecadar dinheiro para a pesquisa do cancro.
Diálogos como este ou semelhantes, Terry, são normais neste dia e neste ambiente, aqui e em qualquer país onde a prova se realize, sabes disso. Nela participam atletas habituados a estas andanças, alguns organizados em grupos de amigos como é o caso dos Amigos Vale Silêncio, outros, individuais, gente pouco dada a correrias, mas todos imbuídos do espírito de solidariedade para com o próximo e de causas nobres como esta.
A corrida é um pretexto para estar presente no evento. Pouco importa se são duas, três ou quatro voltas. Cada um deu as que queria dar, a correr, a andar, como lhe apeteceu. Alguns, como os amigos acima referidos, aproveitaram para fazer um treino específico: vinte minutos de aquecimento seguidos de fartlek, seguido por sua vez da prova. Ao todo terão feito cerca de uma hora e vinte minutos.
O tempo estava quente, apesar do Sol encoberto.
A organização esteve bem. Não faltou água nem a boa disposição de todos nem um geladinho no final nem o diploma escrito em inglês.
Bem-haja Terry Fox pelo teu exemplo e pelo que representas para milhares de pessoas em todo o mundo.

 Texto: Leonel Neves
Participaram-To-zé,Barbeito,Leonel,Tiago,Fernando, Hernâni,Portugal,Joaquim Gomes,Moga,Luciano, Inocêncio e Filipe







terça-feira, 8 de maio de 2012

Corrida D.Estefania



" Com uma cara agradável, apreceu este dia com sol desenvergonhado e temperatura amena. Apenas com a participação de três AVS's, chegados em momentos diferentes, e que se cruzaram apenas o possível para que cada um se munisse dos respectivos dorsais, a preparação para a prova decorreu sem incidentes.
Já o mesmo não se poderá invocar ao início da prova, que atrasou inexplicavelmente dez minutos.
Com um traçado bastante favorável, já que decorreu em terreno plano, de asfalto, com muita gente a participar em grande número na caminhada, a prova de 10 km apresentou uma modura humana mediana.
Tivessem os AVS apresentado os melhores trunfos, e teríamos certamente uma participação que daria cartas, provavelmente de ASES e Biscas. Aliás, os tempos realizados pelos melhores participantes estariam ao alcance dos nossos melhores atletas.
A motivação pela participação neste acontecimento é, antes de outra, mais uma em que fazemos o gosto ao dedo, que é como quem quer dizer, fazer o gosto à perna.
Contudo, à medida que o aglomerado de participantes aumentava, apercebiamo-nos em pormenor da grande razão desta CORRIDA D ESTEFANIA: aproveitar a comemoração do Dia da Mulher para chamar a atenção do mais que provável encerramento da Maternidade Alfredo da Costa, bem como da quase garantida integração do Hospital da Estefania no futuro Hospital de Todos os Santos.
Sem querer entrar na disputa da demagogia política, tal como na dos interesses instalados no ramo da Saúde, encaro que a nossa participação é reveladora de alguma sensibilidade e preocupação por este tema.
Aos vários níveis da Saúde, reconhecemos que o seu sistema deverá ser sensato e, sobretudo,rigoroso, no que concerne aos gastos dos cofres do contribuinte.
Contudo, ele nunca poderá ser desviado do interesse maior de todos os seus utentes, e é só para eles que o Sistema de Saúde faz sentido.
Entendo o argumento da rentabilização dos recursos, tanto imobiliários, como equipamentos, e humanos. Nunca podemos perder de vista o objectivo principal que é a essência do serviço prestado, em defesa da qualidade da saúde dos portugueses. Para rematar este tema, pedimos que as decisões sejam sensatas.
Esta é a minha participação quanto a esta corrida e a este tema.
 Texto: Luciano Tomás

Quanto à participação desportiva, ficam os resultados dos nossos atletas:
Luciano Tomás - 44m 22s - 8º(Esc) 60º Geral
Carlos Costa -     51m 06s    - 23º -    190º
Bernardo Gomes - 1h 12m 00s - 139º -  393º

Meia Maratona Setúbal
143º-Marco Melo 1h29'24
175º-Joaquim Belo 1h31'43
706º-Emilio Gonçalves 2h06'49

sexta-feira, 4 de maio de 2012

1º Maio


Após uma prova do 25 de Abril e, de permeio, um grande número de atletas nossos estiveram envolvidos numa sempre tentadora CORRIDA DO BENFICA.
Passados dois dias, novo desafio foi afrontado por uma comitiva sossegada mas nada silenciosa, dos AVS, neste primeiro dia de Maio.
O clima era entre  participantes, animado, um pouco de acordo com o outro clima, esse atmosférico, que prometia um dia agradável.
Puro engano este, que aos poucos se foi tornando mais desagradável, a pontos de se transformar numa chuva geladíssima e cortante nos primeiros quilómetros da corrida.
Foi graças ao aparecimento do Duque de Saldanha que a jornada em curso foi melhorando, permitindo que visitássemos o Marquês de Pombal já com o céu menos carregado.
Dando os bons dias a quem implementou aquela avenida rectilínea e cheia de árvores frondosas, recordámos ao fundo, os heróis da Restauração da Independência, algures antes daquela Praça de D Pedro IV, e que nos presenteou com uma calçada à portuguesa algo irregular.
Curto foi o tempo para dar a volta por S. Julião, momento de viragem no ritmo da corrida.
A partir daqui, iniciou-se uma escalada lenta e longa. Foi D João I quem nos desejou uma subida agradável, até atingirmos a real Praça do Areeiro, hoje denominada de "Sá Carneiro", não sem antes termos dito adeus ao Intendente Pina Manique. Pelo meio, ainda pudémos recordar a história de Fernão de Magalhâes, na genéricamente conhecida de Praça do Chile.
((Navegou sob as bandeiras de Portugal ( 1505-1512 )e Espanha (1519-21) e é considerado por muitos, como o maior navegador de todos os tempos.Ainda há poucos anos, foi homenageado pela NASA, que enviou ao espaço uma nave com o seu nome.
Além de Vasco da Gama, Fernão de Magalhães é o único português a figurar na lista das cem figuras mais importantes do último milénio, de acordo com um inquérito internacional da revista Life.
Em 1505 alistou-se na armada de Francisco de Almeida, partindo de Lisboa em 25 de Março. Lutou na batalha naval de Cannanor onde parece ter sido ferido. Tomou parte na grande batalha de Diu, na conquista da Malaca e das Molucas.

Em 1512 regressou a Lisboa combateu em Azamor, e em 1514 pediu a D. Manuel I um aumento dasua pensão. Como o rei tinha recebido informações de conducta irregular de Fernão de Magalhães no cerco de Azamor, recusou o seu pedido e reenviou-o para Marrocos. Magalhães volta a renovar o pedido em 1516, mas D. Manuel I volta a recusar e demite-o dos seus serviços.))
 
 
Mais duro que os outros, foi o osso a roer desde a Alameda do primeiro rei, até ao dito Areeiro. Daí até à meta, foi o aguentar e resistir a algum cansaço que se foi apoderando da massa muscular que tanto trabalho vem dando ao longo dos tempos.
Rejuvenecedor foi o bocadinho a seguir à passagem da meta, quando nos encontrámos diversos AVS, entretendo-se a comentar as diversas peripécias do evento.
Permitam-me apenas uma referência pessoal, para o nosso amifo Fernando Avelino que, vindo de uma paragem forçada prolongada, aí o temos de regresso, com prestações brilhantes para o momento.
E assim se fez mais uma prova, mais um desafio, e dali saíu a garantia de que, volvidos alguns dias, nos reencontraremos.
 
Não querendo produzir aqui um roteiro da História de Portugal, pretende-se evocar valores que se foram aglutinando ao longo dos tempos, e que deram e continuarão a dar os condimentos do carácter da sociedade portuguesa.
 
Talvez assim, consigamos entender porque ciclicamente nos deparamos com as crises financeiras e bancas rotas. É o que relata a nossa história........
Texto: Luciano Tomás

Resultados
109º-Luís Santos 58'13
287º-Leonel Neves 1h04'26
292º-Rui Figueiredo 1h04'30
309º-Luís Ferreira 1h04'59
328º-Manuel Chinita 1h05'20
347º-Nuno Martins 1h05'40
378º-António Coelho 1h06'06
432º-Filipe Ramalho 1h07'26
467º-João Inocêncio 1h08'10
485º-Luciano Tomás 1h08'51
531º-Fernando Silva 1h09'30
568º-Hernâni Monteiro 1h10'09
666º-António Fernandes 1h11'34
757º-Joaquim Damas 1h13'30
892º-André Santos 1h15'51
893º-José Jacob 1h15'51
954º-Joaquim Gomes 1h17'46
988º- Carlos Costa 1h18'01
1174º-José Rebocho 1h23'15
1277º-Paulo Portugal 1h27'00
1331º-Guy Casimiro 1h30'45
1347º-Joaquim Adelino 1h31'55
Por Equipas 33º em 119 equipas presentes

quinta-feira, 3 de maio de 2012

7ª corrida do Benfica


A multidão numerosa e compacta que se juntou à volta do Estádio da Luz na manhã
de vinte e nove de Abril era suscetível de levar os menos informados que passassem por ali a
pensar que estava prestes a realizar-se um importante jogo de futebol. Homens, mulheres e
crianças de todas as idades, de fatos de treino, de t-shirts e calções davam um tom colorido à
paisagem envolvente.
Muitos aproveitaram o ensejo para posarem junto da estátua do Pantera Negra, verem
as lojas, tomarem café, comerem um bolo, apreciarem o imponente estádio por dentro. Os
benfiquistas, orgulhosos, diziam de si para si e para os amigos que não havia estádio tão
bonito como aquele; enquanto os portistas, os sportinguistas e outros, diziam que não era
assim tão bonito como o queriam pintar, que ficava muito aquém em estética e em tamanho
do que alguns imaginavam.
Simpatias clubísticas à parte, todos contribuíram para um ambiente de festa desportiva.
Não se viu nem ouviu a ave mais famosa daquele habitat, mas sentiu-se a sua presença.
O seu espírito pairava sobre as cabeças benfiquistas. A essa hora ainda se acreditava num
milagre.
O São Pedro, que não deve gostar nada do vermelho, talvez por ser a cor do diabo,
ia estragando a festa. Os primeiros a chegar já tinham feito a descompressão e mudado
de roupa, quando a chuva começou a cair, primeiro, suavemente, depois, com alguma
intensidade. Os atletas, uns, aparavam-na sem a evitar, caminhando devagar sob a mesma,
outros, corriam para os carros, para debaixo de qualquer coisa onde ela não entrasse.
Os amigos Vale Silêncio tiveram, como sempre, antes e depois da prova, o seu momento
de convívio. Posaram para a câmara da amiga Gabriela, cujas fotos foram direitinhas para o
facebook, conversaram, sorriram com as piadinhas saudáveis uns dos outros, até porque era
o dia mundial do sorriso, previram tempos da prova. No final todos estavam contentes com o
resultado. Mais do que contente estava o amigo Armando Almeida que, após quatro longos
meses de ausência, fez uma grande prova.
Aqui vão os tempos e as classificações dos atletas presentes:
Texto: Leonel Neves

João Inocêncio – 28º na geral – 4º no escalão – 34,12
Tiago Silva – 183º - 99º - 40,12
Rui Figueiredo – 311º - 170º - 42,57
Leonel Neves – 349º - 16º - 43,35
Filipe Ramalho – 407º - 211º - 44,19
José Jacob – 677º - 85º - 47,05
Hernâni Monteiro – 689º - 361º - 47,16
António Fernandes – 701º - 35º - 47,19
Joaquim Damas – 1103º - 64º - 50,19º
Jorge Lourenço – 1222º - 160º - 51,20
Armando Almeida – 1282º - 107º - 51,46
António Martinho – 1744º - 103º - 55,02
José Moga – 1760º - 145º - 55,10
Ricardo Nicolau – 1881º - 913º - 57,13
Carlos Costa – 2191º - 132º - 58,26
Paulo Portugal – 2253º - 269º - 58,57
José Rebocho – 2421º - 143º - 1,00,40