quarta-feira, 23 de maio de 2012

Corrida Direito


CAROS AMIGOS DO SILÊNCIO:
Cinco arrojados AVS encontraram-se hoje, manhã cedo, nos contrafortes do grande pulmão de Lisboa.
Sabendo que os percursos dentro desta grande mata florestal são, naturalmente, recheados de declives e e zonas encarpadas, o trajecto escolhido aproveitou uma boa parte das inclinações acentuadas, não poupando em nada as energias dos que se propuseram vencer estes obstáculos.
Cedo nos percebemos que este não seria o único adversário, confirmando-se tal suspeita desde o sinal de partida.
De facto, um quase dilúvio abateu-se sobre aquela zona, com granizo à mistura, permitindo assim, conjecturas de abandono, caso estas condições se mantivessem.
Após cerca de quinze minutos, quais pintos molhados e quase depenados, a intensidade da chuva lá se lembrou de nós, e foi abrandando aos poucos, permitindo que o desânimo não se apoderasse das hostes nesta luta ingrata e desigual.
Até ao final, deu-se lugar à força anímica para vencer as inúmeras subidas acentuadas, logo complementadas com outras tantas descidas abruptas, em que o grande cuidado era direccionado a evitar o mínimo desequilíbrio que provocasse uma queda, para mais com um piso escorregadio, tão marcado pela chuva copiosa.
Sendo esta uma crónica sobre uma prova desportiva, elas proporcionam-nos o contacto com lugares tão díspares de uma para outra corrida.
Entendo ser este aspecto mais um trunfo valioso para quem aprecia o culto do conhecimento. Se uns lugares nos conduzem a pedaços da nossa história, outros virados para questões sócio políticas, ou ainda de ordem económica, outros ainda dedicam-nos a possibilidade de contactar com a mais frondosa floresta da zona de Lisboa. Esta permite-nos desfrutar da beleza natural deste grande pulmão da capital, e que faz com que a poluição urbana seja minorada por esta contribuição da fábrica natural do oxigénio.
Para que possamos aperceber-nos da realidade desta zona, deixo aqui alguns excertos das características desta zona que está a dois passos do centro da cidade, e com acessos bem integrados, e que nos proporcionam os mais diversos tipos de desportos e lazer.
PARQUE FLORESTAL DE MONSANTO
No século XIX, a serra de Monsanto era coberta por searas e por pastos para gado. A importância da produção cerealífera é atestada pelos inúmeros vestígios de moinhos de vento. Tinha também várias pedreiras em actividade, de onde se extraía a matéria-prima para a crescente demanda urbanística da Lisboa da época.
Em 1868 surge a ideia de arborizar o que seria o Parque Florestal de Monsanto, para, a exemplo do Bosque de Bolonha, em Paris, ser um grande parque de passeio dos Lisboetas. Mas só em 1929 foi criada a primeira comissão para elaborar plano de arborização da Serra de Monsanto.
Os moinhos que abundam na serra serão aproveitados para pequenas casas de chá, independentemente da construção de um ou vários pavilhões (…) e em torno deste grande parque, de acidentado terreno e belos horizontes, haverá uma avenida de onze quilómetros de extensão (…) que ligará com o futuro Estádio Nacional e terá comunicação com (…) o largo da Torre de Belém».
A árida Serra de Monsanto tornou-se palco de uma guerra pacífica, na qual a Mocidade Portuguesa tem o papel de criar vida, plantando milhares de árvores, que hoje revestem a Serra, com a urgência que envolvia todo o projecto. As poucas árvores que existiam na Serra eram as da Mata de São Domingos de Benfica, as da Tapada da Ajuda, e ainda algumas oliveiras que ladeavam as estradas que dividiam os terrenos.
À Mocidade juntaram-se os trabalhadores desses terrenos e os prisioneiros do Forte de Monsanto, numa luta contra o tempo, plantando árvores de crescimento rápido como a Acácia Austrália (Acácia melanoxylon) e o Eucalipto (Eucaliptus globulus lab). Plantaram também pinheiros mansos (Pinus pinea), pinheiros de alepo (Pinus halepensis) e Cedros do Bugaço (Cupressus lusitanicus) com um carácter de recreio, e espécies típicas da floresta portuguesa, como o Carvalho Cerquinho (Quercus faginea), o Sobreiro (Quercus suber) e a Azinheira (Quercus rotundifolia), com um intuito didáctico.
Em 1940 foi projectado o Centro de Desportos do qual só foi construído o seu miradouro. Localizado perto da actual Alameda Keil do Amaral que foi em 2003 transformada em zona de desportos radicais e de manutenção física bastante frequentada. São cerca de 1300 metros de circuito livre de automóveis com uma área todo-o-terreno para BTT, um ringue com obstáculos e rampas para skate, BMX e patins, um circuito de manutenção, um parque de merendas e um anfiteatro com vista para o Rio Tejo e para a margem sul.
Actualmente, o Parque Florestal de Monsanto, tem a dimensão aproximadamente de 900ha, mas já teve cerca de 1000ha, tendo sido cedido em 2005 uma extensa faixa para possibilitar a construção da Radial de Benfica. É da responsabilidade da DMAU, do DAEV e da DESA, entidades que se preocupam em garantir a segurança e as condições necessárias, para que se possa usufruir de tudo o que Monsanto tem para oferecer. Assiste-se em Lisboa obras que põem em prática o Plano do Corredor Verde, pensado pelo Arquitecto Paisagista Gonçalo Ribeiro Telles há mais de trinta anos atrás, sendo o responsável pela decisão de avançar com as obras é o vereador dos Espaços Verdes da Câmara de Lisboa, José Sá Fernandes.
O Corredor Verde é um plano que tem o objectivo de ligar entre si todos os espaços verdes desde o Parque Eduardo VII até Monsanto. Estão previstas, e já em construção, diversas ciclovias, pontes e passagens de peões, recuperação e melhoramento do parque de estacionamento, e equipamentos de apoio, como uma recepção em Campolide, cafetarias, aluguer de bicicletas e carrinhos eléctricos. Espera-se que este plano se concretize e ligue os lisboetas e Lisboa ao seu afamado, mas pouco usufruído, “pulmão”…
     
      
     A serra de Monsanto apresenta condições de exposição ao vento que levaram ao desenvolvimento de uma importante atividade moageira. Em 1762 contavam-se cerca de quatro dezenas de moinhos de vento no caminho que ligava a Junqueira e Belém a Monsanto. Este número cresceu até meados do século XIX, com um máximo de cerca de 75 unidades em laboração, tendo entrado depois em rápido declínio.
O Moinho do Penedo foi o último a encerrar, em 1925.[2]
                                 GERAL    ESCALÃO         TEMPO
JOAQUM BELO          49º             8º                   43,00
RUI FIGUEIREDO       50º            25                  43,03
LEONEL NEVES        78º             4º                   44,24
LUCIANO TOMÁS    166º            9º                    49,14
JOAQUIM DAMAS     199º          12º                   50,45

Um comentário:

Anônimo disse...

Parabéns a todos os participantes nesta prova molhada como diz o cronista do belo texto sobre a mesma.
Um abraço a todos

Leonel