De manhãzinha, mal me levanto, vou à cozinha. É um hábito que vem de longe. Subo a persiana, olho através da janela para nascente e vejo o Sol tímido, pálido, triste, sonolento, a despontar no horizonte, envolto em nuvens da cor do carvão. Penso: vamos ter chuva. Abro a janela, meto o braço de fora, não está frio nem faz vento. As primeiras tendas da feira do relógio estão a ser montadas. Uma gaivota surgindo do nada faz meia circunferência em frente da casa e pousa no candeeiro frente do meu nariz. Olha para mim e eu olho para ela. Deve ter dito ou pensado: olá! Mas como sou um pouco duro de ouvido não ouço nada.
São oito horas. Se não estiver atrasado o Moga já deve estar
lá fora à minha espera. Saio de casa. Chego ao local combinado primeiro que o
meu amigo. Espero um pouco por ele. Aparece sorridente como sempre. Em quinze
minutos pomo-nos em Sete Rios. Entrementes pomos a conversa em dia.
Estacionamos a viatura. É melhor ficar aqui no quentinho diz
o Moga. Aquiesço. Neste instante vemos o Inocêncio a atravessar a estrada.
Saímos do carro para ir ter com ele, em vão. Sumiu misteriosamente da nossa
vista. Deve ter ido ao carro ou à casa de banho. Mas vimos ali bem perto a
malta quase toda, o Avelino, o Gomes, o Tó Zé, o Melo e o Belo. Tinham acabado
de chegar.
O céu começa a ficar escuro. Adivinha-se chuva. Dirigimo-nos
à zona de entrega dos dorsais. O Tó Zé levanta-os e entrega a cada um o seu. Sobram
alguns, o Portugal e os irmãos André e Luís não vêm à prova. Começa a chover. Que
chatice! Entretanto Chega o Hugo e o Inocêncio e breves minutos depois chega o
Armando e a Gabriela. Aproveitamos o ensejo para tirar a foto da praxe sem a
presença do Hugo e do Inocêncio que já foram dar uma volta, quiçá a ver se veem
os adversários da corrida que está prestes a começar.
A corrida, na extensão de 15 000 m, destinada a federados ou
não, inclui o Campeonato Nacional de Estrada, onde se sagram campeões nacionais
Manuel Damião e Sara Moreira ambos do Maratona, decorre com normalidade. O
percurso, praticamente plano, não é difícil. Muito rápido para quem tem ritmo nas
canelas.
Os amigos Vale Silêncio portam-se muito bem, arrecadam à sua
conta, nada mais, nada menos, do que um 3º lugar coletivo, um 3º e um 4º lugares
individuais e dois 2ºs lugares por escalões. Não se pode pedir mais a estes
guerreiros do alcatrão.
O ano começa bem aqui e no crosse da Laminha onde o Rui Pacheco
resplandece no 2º lugar mais alto do pódio elevando a taça com orgulho.
Eis as classificações e respetivos
tempos:
Hugo Adelino – 3º da geral – 53m 18s
João Inocêncio – 4º - 53m 19s
Marco Melo – 55º - 1h 01m 14s
Joaquim Belo – 99º - 1h 04m 14s
Leonel Neves – 154º - 1h 06m 47s
Luís Conceição – 156º - 1h 06m 55s
Fernando Avelino – 264º - 1h 10m 39s
Armando Almeida – 286º - 1h 11m 05s
José Moga – 383º - 1h 13m 44s
António Fernandes – 493º - 1h 16m 55s
João Pereira – 495º - 1h 16m 55s
Joaquim Gomes – 596º - 1h 20m 20s
Um comentário:
Deixo aqui um abraço à rapaziada pela excelente entrada competitiva em 2013, quer em Lisboa quer na Cumeira (Cross da Laminha) ouve excelentes lugares individuais e colectivos o que demonstra o grande valor dos nossos Amigos atletas, pelo que se augura um ano cheio de sucessos. Parabéns também para o cronistaque centra muito bem uma manhã cinzenta e chuvosa em que apesar de tudo não afectou uma excelente manhã desportiva ali num local emblemático da nossa Capital.
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