sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Mensagem de apoio a todos maratonistas

Rock’n’Roll Maratona de Lisboa edp - 2015

 Uma maratona, prova rainha do atletismo, não é nenhum bicho de sete cabeças, mas
também não é nenhum gelado que se saboreia numa esplanada à beira-mar. Qualquer atleta,
minimamente preparado física e psicologicamente, consegue correr os quarenta e dois mil
cento e noventa e cinco metros. Isto se for só para chegar ao fim como é evidente. Conforme
os objectivos de cada um assim terão de ser os treinos, mais ou menos exigentes. Como é bom
de ver, não é a mesma coisa treinar para um tempo que ronde as três horas ou as três e meia.
Os treinos têm de ser forçosamente diferentes na intensidade e na duração.
Quem anda nestas lides do atletismo mais cedo ou mais tarde resolve fazer uma
maratona. A tomada de decisão é o primeiro passo importante para a sua realização. Depois
estabelece um objetivo, mentaliza-se, segue à risca um plano de treinos para ter êxito, tem
alguma preocupação com a alimentação, reza para que não apareçam lesões e espera, mais ou
menos ansioso, que chegue o grande dia.
Pode acontecer que um atleta esteja bem preparado e no dia da corrida o desempenho
não ser o esperado. O organismo não reage sempre da mesma maneira. Se isso acontecer, o
corredor não deve desanimar, pois há mais marés que marinheiros.
Já fiz mais de uma dezena de maratonas, todas iguais, todas diferentes, com graus de
dificuldade diversos, não obstante os percursos serem idênticos. Não tem, portanto, a ver com
o percurso, mas sim com fatores intrínsecos, designadamente o estado de espírito e a
resiliência do organismo. Nalgumas fui a passo, noutras tive cãibras, noutras corri do início até
ao fim sem problemas. Os tempos também variaram logicamente. Quem se mete a fazer uma
maratona tem de estar preparado mentalmente para tudo ou corre o risco de sofrer uma
grande desilusão e ficar traumatizado para sempre.
Os estreantes na distância, sobretudo estes, à medida que o dia se aproxima vão ficando
com o nervoso miudinho, que vai passando depois do tiro de partida. O receio de não
conseguir chegar ao fim apodera-se do atleta, o qual se dissipa a cada quilómetro que deixa
atrás de si. Quando corta a meta liberta-se de todos os receios e é invadido por uma felicidade
inexplicavelmente infinita, sentindo-se recompensado de todos os sacrifícios e sofrimento por
que eventualmente tenha passado.
O que acima é dito serve para qualquer maratona, inclusive para a Maratona de Lisboa
que está aí à porta, onde os Amigos Vale Silêncio participam com oito atletas, três dos quais
pela primeira vez.
Espera-se que o São Pedro traga bom tempo, sem chuva, sem calor, sem vento.

Os Amigos Vale Silêncio

Um comentário:

Milo disse...

Força amigo(a)os estarei convosco em espírito.