sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Almoço AVS 2014

Em nada se repetiu qualquer ritual.

Este dia fica marcado pelo encontro de toda a família AVS, empenhados em produzir novo evento, diferente,

original, mantendo o espírito de grupo, que tem marcado acontecimentos anteriores.

De novo, encontrámos vários participantes, novos atletas, novos no clube, e na idade.

Elemento novo centrou-se na ementa, pela sua invulgar qualidade.

No prefácio do repasto, foi servido, com todo o requinte, o belo do presunto, o queijo, imagine-se, acompanhado de

amendoim, e que o verde branco deu tom especial, não sei se em DÓ Maior, ou em LÁ bem maior ainda. Que a

sinfonia teve início com uma abertura suave, julgo ninguém ter dúvida, ou não se tratasse de um verde branco, ou

branco verde, não sei.

Adivinhava-se uma subida de tom, à medida que os veraneantes se foram acomodando. Ouviu-se, de fundo, o

conjunto dos clarinetes, que ajudaram a embalar a orquestra para um andamento mais acentuado.

Vários foram os comentários registados nos corredores dos gabinetes dos príncipes da estrada, atestando o aspeto,

o paladar do fabuloso bacalhau com migas, e perdoem-me se o nome não for esse. No entanto, recuso-me a mudar

a opinião acerca da qualidade e do sabor.

Os bifinhos foram o prolongamento da novidade da ementa. Acompanhamentos foram postos à disposição, para

regalo de todos, onde pontuava o arroz de feijão, para lá da batatinha assada.

Registe-se ainda a nova forma com a sinfonia a chegar envolta em urnas cinzento-escuras. Lamparinas, quais

instrumentos de percussão, mantiveram elevada a temperatura do repasto, até ao final.

Final magistral, no último andamento, com o público a aplaudir de pé, durante largos minutos, até que se

deleitassem com as iguarias de variadíssimas sobremesas, seguidas do viciante café, única droga vulgarmente usada

pela mole lusitana, em doses massivas.

Vários compassos se seguiram, deram sequência a uma castanhada, esta também uma novidade, testemunhada por

vários comentários do tipo “Bingo, tem bicho, e não saiu”, e ”castanha com recheio parece uma iguaria das arábias”,

e que foi temperado de forma impar, pela famosa agua pé. Tudo isto se passou ao cair da tarde, acompanhada de

balada, com canto lírico. Pelo que percebi, a malta estava animada, com alto andamento, mas não registei em que

tom.

Os espetadores foram retirando, exibindo os homens, cada qual seu smoking, e laço preto em camisa de seda

aprimorada, sapatos de verniz, não falando das damas, que desfilaram os resplandecentes vestidos de noite, em

elegantíssimos corpos, grandes penteados, prolongados decotes, e as echarpes de pelo de esquilo verdadeiro.

Ninguém ousou, contudo, sair sem agraciar o regente mor, que é, ao mesmo tempo, o maestro de toda esta

orquestra.

Não se fez saída em ombros, por que essa é tradição onde o artista é o animal, mas ouviu-se brutal ovação ao

homem e mestre.

E para que fique registado, lavrado e assinado em ata, vai ser este documento assinado e chancelado com o selo

branco da instituição, sendo votado pelos presentes, com voto de distinção.

Aos quinze dias do mês de Novembro do ano da crise, de dois mil e catorze.

Assinatura gatafunhada

BOA NOITE, E BONS SONHOS


Um comentário:

Anônimo disse...

Momentos bem passados, magistralmente descritos pelo amigo Luciano.Parabéns aos AVS, parabéns Luciano pelo excelente texto.

Leonel