domingo, 29 de abril de 2012

Corrida da Liberdade


Num dia que ABRIL nos prendou com mais um 25 a comemorar, agarrámos o pretexto de mais  uma prova, desta vez, mais comemoração que prova, mais treino do que corrida.
 
Importante se nos afigura falar um pouco deste dia, não para entrarmos em mais um folclore de FERIADOS, mas para aproveitar esta oportunidade que a nossa geração tem de falar sobre o que cada um sente, do que viveu antes, durante e após este dia de 1974.
Permitam-me que a abordagem deste evento comece pelo lado ideológico, e não apenas de cariz desportivo.
Não se pretende ser esta uma lição de História, nem, menos ainda um sentimento de paternalismo barato, mas tão só a possibilidade de poder, de algum modo dizer o que este dia mudou as nossas vidas, a partir de então.
Se nos encontrámos ali, naquele Quartel, no dia de hoje, isso só foi possível porque aconteceu ABRIL.
No que me diz respeito, olhando para trás, não me perdoaria a mim próprio não aproveitar este ensejo de extravasar e dar a conhecer sentimentos de regozijo pelo facto de ter nessa altura dezassete anos, de ter nesse momento, noções mínimas de política, de ter pela minha frente uma vontade de singrar e de vencer obstáculos que nessa altura não afiguravam fáceis de vencer.
 
Decisivo se torna dizer às gerações seguintes, que não sntiram, e provavelmente alguns não sentem a diferença em ter vivido antes deste dia, e não ter vivido nessa altura.
é aqui que eu quero dizer, não pretendendo moldar ou manipular ninguém, que estes acontecimentos longínquos alteraram os nossos dias de ontem, de hoje, e todo o nosso futuro, mas de todos.
Estou a escrever livremente este texto por que aconteceu ABRIL, não necessito sussurrar ao ouvido dos meus amigos por que nos é , desde essa altura, possível abrir a nossa boca e expressar, alto e bom som, o que nos deu este dia, o que a geração dos meus pais lucrou com a mudança, o que a minha geração pôde crescer individual e coletivamente, sem que houvesse o travão da desgraça permanente a dizer que filho de pobre continua pobre, que filho de não alinhado continua a ser vigiado, e que filho de protegido do regime continua a ter todo o campo livre para dominar e humilhar quem não tem acesso às mesmas armas para ser feliz e poder crescer de forma autónoma.
Mas sobretudo, não calo o benefício que é para a geração dos meus filhos poder passar a desfrutar desta liberdade de  poder SER, de poder PENSAR  de forma autónoma, de poder expressar a revolta de os políticos não terem sabido ou em alguns casos, querido aproveitar o espírito do Movimento de ABRIL, de serem oportunistas, insensatos, demagogos.
Mas isso podemo-lo agora clamar sem que tenhamos que olhar para o lado par ver quem pode estar a escutar, por vezes coisas patéticas, outras vezes coisas injustas, ainda também frases inconvenientes para a grande maioria agora dominante, mas certamente também, outras que farão a diferença para podermos moldar o mundo, na pequeníssima possibilidade que nos é possível intervir.
Mais me toca recordar, através de um filme documentando como foi possível concretizar este dia que, passados 38 anos, mais actual se torna a motivação dos capitâes de Abril.
E é à geração dos meus filhos que eu quero acentuar que eles não necessitam de se esconder para falar o que pensam, que se podem revoltar com quem têm razão para a revolta, que podem projectar um futuro diferente, porque sem o 25 DE ABRIL, isso agora é possível, e eles não sentiram que antes não era possível.
Por isso, valeu a pena a forma generosa como os militares pensaram e concretizaram ABRIL. Aos políticos, salvo honrosas excepções, não consigo afirmar o mesmo.
Já agora que me esquecia que tivémos uma prova, convém referir que os AMIGOS DO VALE DO SILENCIO compareceram em massa, proporcionando uma salutar cavaqueira, um gosto por estarmos mais uma vez juntos,  se com uma sempre agradável largada de pombos se deu início aos 10 650 metros, até à Praça dos Restauradores.
Dá especial prazer ver tanta gente participar neste evento, não estando lugares em disputa, medalhas em causa.
Mas tanta gente lá estava para comemorar ABRIL.
Texto:Luciano Tomás
Para a historia fica um recorde de participação, não havendo uma classificação oficial aqui ficam os nomes: Luís Santos,Rui Pacheco,João Inocêncio,Tiago Silva,Manuel Chinita,José Moga,António Fernades,Fernando Avelino,Marco Melo,André Santos,José Jacob,Emilio Gonçalves,António Coelho,Leonel Neves, Guy Casimiro, Filipe Ramalho,Paulo Barbeito,Jorge Lourenço, Jorge Teixeira, Rui Figueiredo,Nuno Martins,Luciano Tomás,Joaquim Damas,Joaquim Gomes,Paulo Portugal,Joaquim Belo,José Rebocho

Nota Editor: Queria pedir desculpa ao Luciano e a todos amigos pelo atraso na publicação do artigo.

terça-feira, 17 de abril de 2012

20 km Estoril,Lisboa


O anúncio foi feito na véspera: sete e vinte no Parque Urbano. Para o restante pessoal, oito horas na estação de comboios de Belém. Não havia dúvidas, a mensagem era clara.
Faltavam dez pràs oito, atravessava eu, vagarosa e pensativamente o lindo jardim de Belém, quando a chuva resolveu brindar os transeuntes que àquela hora matutina andavam por ali a deambular.
Não é que eu não goste da chuva, pelo contrário, e sei que nesta altura faz muita falta, mas não estava minimamente interessado em ficar encharcado, por isso dei uma corrida até à estação. Ainda apanhei alguma. Vinha tocada a vento. Era fria.
Enquanto esperava pelos meus companheiros entabulei conversa com um atleta que aguardava a chegada do comboio. Entretanto apareceu o amigo Luciano. O comboio não tardou a chegar. Ao mesmo tempo que o comboio chegou o Paulo Portugal, com a língua de fora, por ter feito uma corrida para o apanhar. 
Não, não podemos ir neste, o resto do pessoal ainda não chegou, dissemos ao amigo acabado de chegar.
Passado um bocado apareceram o Luís Ferreira e o Chinita e dez minutos depois os demais.
Chegámos ao local da partida, o bonito jardim do Casino Estoril, a horas de verter águas e de fazer o aquecimento.
Ainda era cedo para jogar poker, brincar às fortunas, tentar a sorte nas máquinas, visitar a Galeria de Arte, ver um espectáculo, almoçar no restaurante.
À hora prevista foi dado o sinal de partida.
O percurso é bom, tem algumas subidas ligeiras, o resto é plano. É agradável. Dum lado, vivendas bonitas e opulentas, do outro, a água calma, prateada, esverdeada, cinzenta do mar. Vê-se um barco de pesca aqui, outro ali. Junto à praia rochas meias destapadas pela água parecem dorsos de baleias no alto mar. As praias e as esplanadas dos restaurantes estão quase desertas. Alguns surfistas de prancha debaixo do braço caminham na areia, outros estão dentro de água à espera duma onda. Distante dali, a ponte sobre o Tejo e o Cristo Rei aparecem no horizonte, dando aos atletas indicação da meta. Vistos àquela distância parecem intangíveis, mas à medida que os quilómetros vão ficando para trás essa sensação vai-se esmaecendo.
A meta finalmente foi alcançada. Mais uma prova a contar para o currículo e para o ranking interno fica registada. Vinte quilómetros vão mexer inevitavelmente na classificação. Uns vão descer outros vão subir. Eu espero subir um ou dois lugares, vamos ver.
A nossa participação foi em grande número e em qualidade. O 6º lugar do Inocêncio, o 7º do Pacheco e o 16º do Luís Santos são dignos de menção, aliás, são todos, desde o primeiro ao último. Estamos todos de parabéns.
 Resultados 20 km Estoril, Lisboa
6º-João Inocêncio 1h10'42
7º-Rui Pacheco 1h10'50
16º-Luís Santos 1h16'26
55º-Luís Ferreira 1h26'01
57º-Manuel Chinita 1h26'01
71º-Joaquim Belo 1h27'36
103º-Leonel Neves 1h29'57
114º-Pedro Marques 1h31'22
147º-Luciano Tomás 1h34'46
180º-Fernando Silva 1h37'30
242º-Fernando Avelino 1h40'20
292º-Joaquim Gomes 1h43'48
500º-Paulo Portugal 2h04'48


G.P. Bobadela, 6,8 km(classificação por escalão)
11º António Fernandes 30'40
11º-José Moga 30'40

2º Ultra traill Sesimbra, 50 km
130º-Joaquim Adeleino 7h55'

domingo, 8 de abril de 2012

Uma Feliz Páscoa

Desejamos a todos amigos uma Páscoa muito feliz na companhia de quem mais gostamos

terça-feira, 3 de abril de 2012

30ª Corrida dos Sinos e 9ª Corrida de Solidariedade


Ao chegar a Mafra, 1 de Abril, dia de enganos, a presença da autoridade nos cruzamentos era um sinal de que algo ali ia acontecer. Quem não estivesse ao corrente do evento que ia ter lugar ficava a pensar no que seria. Quem não tinha dúvidas eram os atletas, os milhares de atletas que iam participar na 30ª Corrida dos Sinos. Destes quem desconhecesse o local da prova perguntava ao agente da autoridade: senhor agente para a corrida dos sinos, por favor? Por ali, respondia sorridente o simpático guarda.
A chuva ameaçou e cumpriu. Estava na altura de os corredores se equiparem e de fazerem o aquecimento. Uns, dizendo que chuva civil não molha militar avançaram intrepidamente contra as grossas gotas de água que caíam dos céus; outros diziam, já temos as camisolas já podemos ir embora; outros diziam ainda, temos tempo, a chuva não tarda vai parar. E não é que parou mesmo!
O percurso da corrida este ano sofreu uma ligeira alteração. Nos anos anteriores passava em frente do convento; este ano deu a volta ao convento, passando pela parte militar. Não sei o que os demais teriam pensado, eu gostei. Lembrei-me dos tempos em que por ali passei de mochila às costas, de G3 na mão.
Perto do ponto de retorno, ao pé do moinho, costumava estar uma banda de música a animar os corredores. Infelizmente este ano não estava lá. Talvez por causa da tão falada e real crise. Foi pena. Eu e muitos íamos a contar com ela.
Os Amigos vale Silêncio marcaram presença em força. Nada mais nada menos que dezasseis atletas. Com alguns craques ausentes conseguiram o 12º lugar por equipas. Por dois lugares não deu direito a uma taça. Embora isso não tenha assim tanta importância, afinal quando as ganhamos até nos esquecemos de as receber. A convivência entre os amigos e conhecidos e o prazer de correr é que é importante.
Mas o Clube esteve representado noutra frente de combate, a saber, a 9ª Corrida de Solidariedade ISCPSI/APAV, com o Luís Santos à cabeça e dois estreantes com a camisola do Clube, o Rui Almeida e o Jorge Rodrigues. Bem-vindos ao clube.

Resultados da Corrida dos Sinos.
26º-João Inocêncio 52'35
47º-Paulo Povoa 55'12
104º-Eurico Charneca 59'02
237º-Marco Melo 1h04'32
???- Joaquim Belo 1h04'32
261º-Leonel Neves 1h05'07
517º-Fernando Silva 1h10'48
552º-Atónio Fernandes 1h11'45
???- Luciano Tomas 1h12'31
743º-Filipe Ramalho 1h16'19
762º-Hernani Monteiro 1h16'46
858º-Fernando Avelino 1h18'15
875º-Joaquim Gomes 1h19'01
998º-Emilio Gonçalves 1h22'38
1094º-Ricardo Nicolau 1h26'30
1163º-José Rebocho 1h30'27

Resultados da Corrida Solidariedade da ISCPSI/APAV
Rui Almeida 39'26
Jorge Rodrigues 45'40
Luis santos correu com outro nome e por outro grupo, mas fica para a historia 36'00