sábado, 30 de junho de 2012

O REPASTO DOS ARTISTAS


O REPASTO DOS ARTISTAS
Almoços, há-os todos os dias, em quase todas as casas, em cada canto onde haja apetite, desde que os componentes para o dito se encontrem.
Pois é, tendo os alimentos, os condimentos, os apetrechos adequados, só falta um outro elemento, sem o qual  o produto final não é acolhido com fervor: o gostar, o conhecer, mas sobretudo o saber.
E são estes os componentes-chave para que o prazer do desfruto se reconheça na face, nos olhos, na barriga, mais ainda na memória dos arautos do divino garfo.
E foi com estes requisitos que uns tantos artistas do conta-quilómetros pedestre se lançaram, já a manhã se erguia a caminho da hora em que o relógio não pára, mas que permite que ele entre no rol dos esquecidos, de modo vigoroso, pelas escadas, até ao primeiro andar. Aí, surgiu o recanto para  dar largas à vingança de uma época em que não só o treino, também a moderação alimentar impuseram o nível elevado dos resultados desportivos, só emparceirados pela nossa Selecção. (Aliás, permitam-me o reparo, só amada e acarinhada à medida que os resultados foram irrompendo pelo meio da descrença inicial).
Uns quantos a zelar pelo regalo alheio, lá estavam dois artistas do tacho, secundados por mais um par de infatigáveis artistas de todos os serviços, e que metem mão a tudo o que seja para regozijo dos comparsas.
Mesa para aqui, não, talvez ali, “olha lá, não era mais à larga mudar para ali?”, é este o espírito de franca amizade e participação de uma mole de gente que não procura protagonismo, antes, busca  a confraternização e a parceria de todos quantos participaram, cada um de modo total, em  alcançar o melhor resultado: para uns, participar, para outros, esfarrapar os tempos que faltavam até à meta. Foi com este espírito que os participantes se foram acomodando pelos cerca de sessenta lugares, dispostos para o efeito.
Completamente desconhecido seria um tal encontro, se não tivesse as principais iguarias da culinária típica regional, quais chouriços, morcelas, e outros devaneios do popular repasto, que alguém apelida de “entradas”, e que diz muito de como iremos dali sair.
Com pequenos intervalos, nas gargantas escorria um tal vinhito branco, com umas borbulhitas características do doce mamar do inspirador BACO. Mas julgo que o tal deus ficaria a dever algo, à inspiração que este néctar transmitia.
Caros amigos, o desfile das incontornáveis sardinhas, bem ladeadas pelas saladas diversas, foram dando sequência às febras, entremeadas, salsichas e outros tantos acepipes que só um estômago apertadinho não devorava, garfada após copo, copo após dentada, apurada com requintes do borrego, a duas escolhas proporcionado.
Para os amantes das guloseimas, não foi necessário muito o tempo para retraçar pudins, mousses, tortas, cheese-cake, farófias, quais delícias dos anjos terrestres, a saltar da travessa para a mesa, do prato para a incansável boca, fazendo aproximar o obrigatório “café”, a pontos de acalmar tão difícil faina que se acumulou ao longo de algumas horas.
Para os resistentes, cavaqueira após conversa fiada, foi tomando corpo o perfume dos bichinhos pachorrentos, que aparecem antes do raiar das manhãs frescas. Só que, desta vez, eles permaneceram imóveis, entre mexidas, provas, outros movimentos ainda, até à boca dos incansáveis lutadores da estrada.
Pretexto para mais uns copos, mais uma chalaça, assim se deu continuidade a uma jornada de um memorável convívio, fantasticamente corporizado pelos acompanhantes, parte integrante do êxito pelo prazer que sentimos em podermos escrever mais um encontro memorável, com um ambiente de partilha, só ao alcance das grandes selecções, como a que nós desfrutamos.
Desta vez não pretendo nomear seja quem for, seja em que tarefa for, não deixando os leitores de saber de quem falamos, e não deixando, menos ainda, de render homenagem a quem proporcionou este toque final.
Daí, uma palavra de apreço para os cientistas da cozinha, prova aqui, inclui condimento ali, que acrescentaram ao rotineiro, um toque de classe no leito da gula: o prato frente à barriga.
Caros amigos uma última palavra, para, os que não nos apercebendo quem, foram os que fizeram chegar à mesa os diamantes apresentados de forma tão categórica quanto divinal.
VALE O ESFORÇO DE TODOS OS “AVS”.



 Texto:Luciano Tomas


5 comentários:

Anônimo disse...

Fantástico amigo Luciano, tal e qual como a correr...uma prosa e pêras!

Abraço Silencioso,

Emílio Gonçalves

Armando Almeida disse...

Depois de uma época tão brilhante com resultados e participações impensaveis,foram podios e mais podios foram novos maratonistas foram novos atletas de trilhos até foram atrevidos para fazer os tais 100k,mas para mim foi tambem igualmente importante os records de participações que faz dos A.V.S. uma equipa diferente por isso o almoço só podia correr tão bem como correu ,deve ter sido record de participação e duração,, fico com uma certeza,estamos a crescer para onde se deve crescer.

Anônimo disse...

Com orgulho digo parabens.Não só pelo texto como tudo o que se tem dito sobre o nosso convívio.
António Silva

Anônimo disse...

Fantástico grande amigo Luciano para mim (padre) como carinhosamente o trato,muito obrigado pelo brilhante texto,sinto um inorme orgulho em pertencer a este BELO grupo.Um agradecimento especial ao grande Fernando Silva(gordo).Vamos ter que marcar um novo almoço.
Um abraço.
António Fernandes

Anônimo disse...

À medida que ia lendo e saboreando esta linda crónica ia pensando no que perdi por não assistir ao evento do princípio ao fim.
Foi uma grande festa!

Leonel Neves