segunda-feira, 4 de junho de 2012

Corrida Oriente


Tágides que as águas do Tejo habitais,
Que comigo tão mal vos comportais,
Pelo menos hoje concedei-me engenho e arte
(Prometo elogiar-vos aqui e em toda a parte)
Pra cantar o feito na Corrida do Oriente
Pelo grupo AVS onde esteve presente.

Três de Junho, Parque das Nações,
Milhares de atletas de t-shirts e calções
Fazem o percurso de dez quilómetros bem medidos,
Passando pelos sítios mais emblemáticos e divertidos,
Juntando o útil ao agradável correndo por uma causa boa
Nesta 11ª Corrida do Oriente – Casino Lisboa.

Proporcionando momentos de feliz convívio,
O ritmo, a alegria e a paixão dão um certo alívio,
Eis o grupo de percussão Eclodir Azul no seu melhor,
Brilha como o Sol que resplandece com fervor,
Encantando o Tejo e toda a zona envolvente,
Ajudando a esquecer problemas ludicamente.

Com partida às dez horas do Rossio do Levante,
Uma nuvem gigante de gente corrente e caminhante
Desliza sob o céu azul pintalgado de branco e escuro,
Alheia às vicissitudes da vida, a ideia na meta e no piso duro,
Marcando posições, olhando em redor, conversando
Com este e com aquele, este e aquele incentivando.

Avança ao sabor do entusiasmo e objetivo de cada um,
Com naturalidade, ansiando por uma foto prò álbum
Das suas corridas no facebook que exibe com vaidade
Aos amigos e familiares que apreciam a sua vitalidade.
Logo que o sujeito da objetiva se põe a jeito, o braço
Do atleta aponta o ar, nesse instante esquece o cansaço.

Quem pensava que o calor ia faltar à festa estava enganado,
Bem cedo se adivinhava um sol abrasador, desenfreado,
Valeu a suave e confortante aragem que o ardor amenizava,
A sombra por onde a caravana passava, a água que hidratava
Os corpos e os refrescava, e o entusiasmo dos corredores
Que fizeram das tripas coração pra vencer os contendores.




Mas o contrário também é vero. A temperatura era amena,
No céu nuvens brancas e escuras escondiam o Sol que, serena
E timidamente teimava em aparecer saudando os caminhantes,
E os corredores, agradecendo a Nossa Senhora dos Navegantes
Por ter intercedido junto de São Pedro para que não chovesse,
E do bravio Bóreas para que bem longe dali se mantivesse.

Tágides, requestei a vossa ajuda para um estilo grandiloquente,
Espero sinceramente não vos ter desiludido definitivamente.
A prestação dos Amigos Vale Silêncio não foi nada de especial,
Dizeis, e eu retruco: e então a participação nesta causa social!?
Vós que inspirastes tão profundamente o poeta épico Lusitano,
Continuais gentis e generosas ajudando o humilde ser humano.

 Poema: Leonel Neves

10 Km

Pedro Arsénio (correu com o dorsal do Paulo Portugal, mas não aparece na classificação)
Luís Santos  53 – 36,42
Nuno Martins  183 – 41, 28
Rui Figueiredo  221 – 42,14
Leonel Neves   245 – 42,42
Luís Ferreira  275 – 43,33
Luciano Tomás  437 – 45,56
José Moga  547 – 47,23
António Fernandes  587 – 48,02
André Santos  685 – 49,15
Joaquim Damas  720 – 49,39
Joaquim Gomes  767 – 50,11
Carlos Costa  768 – 50,11
Paulo Barbeito  834 – 51,10
Emílio Gonçalves  1265 – 57,31
Ricardo Nicolau  1417 – 1,00,44
José Rebocho  1495 – 1,02,36
Patrícia Rebocho  1684 – 1,15,48
Susana Rebocho  1696 – 1,18,44

2 Km

Maria Nicolau
Sofia Oliveira

6 comentários:

joaquim adelino disse...

Excelente poema e bem enquadrado na corrida e tudo o que ela tem por trás. Parabéns por isso e também aos restantes elementos do nobre AVS pela sua participação e contribuição para este evento de causas sociais.

Anônimo disse...

Podemos ser poucos e loucos mas a vida sem poetas, amigos e tudo mais é como uma rosa sem espinhos,um rio sem nascente , um refugiado sem identidade um pais sem bandeira.
Parabéns Leonel por ser um pouco disto tudo num grupo de amigos que muito te admira.

Anônimo disse...

Continuamos em grande, na estrada, na escrita e na comparência de contribuição social. Parabens a quem teve o trabalho no poema e aos que contribuiram. Um abraço amigo.
António da Silva

almeidarp disse...

Excelente crónica muito bem escrita em forma de poema! Para além de grandes atletas há também grandes escritores neste grupo de amigos!

1 abraço
Rui Almeida

Anônimo disse...

Exelente cronica lindo poema.
Realmente somos um grupo único.
Tenho orgulho imenso em pertencer a este maravilhoso grupo.

Um Abraço
António Fernandes

ESTÓRIAS DE PORTUGAL disse...

Pedro Arsénio, era essa a minha hipótese de brilhar; poeta atleta Leonel, assim declamado até parece que a corrida era mel