MERECEU A PENA
Quando se faz algo sem interesse, nos momentos em que o tempo nos sobra,recordar é voltar ao passado.
Passado que ao ser recordado nos trás satisfação pelo que fizemos, embora noutras condições alguma coisa foi feito para que o nosso gosto ou desejo fosse executado.
Tive algumas despesas, mas o lucro na satisfação de fazer o que gostava, superava tudo mais alguma coisa.
Após comprar viatura, embora pouco adequada, era a carreira do clube, onde transportava para além do ser humano, por vezes alguns no furgon, também os farnéis. Farnéis que eram abertos, após a prova, em local aberto e com sombra. Neste local também era tirada a rolha a um palhinhas - produzido em Ferreirim - Lamego - que, com moderação, regava as nossas gargantas secas.
Por isso penso que mereceu a pena.
António Silva
Um comentário:
Meu velho amigo, «…recordar é voltar ao passado.», e é também, digo eu, manter vivo esse passado no futuro.
Ao recordares os primórdios do clube, estás a escrever a sua história.
À medida que ia lendo, os objectos e as ideias que as palavras representam, esbatidas pelo tempo, tornaram-se mais nítidas no meu cérebro. Depois de ler e reler o texto, fechei os olhos, descontraí, e vi passar na minha mente as personagens como a «carrinha do clube», o «farnel» e o «palhinhas». Sinto uma indelével nostalgia desses tempos.
Não sei se deva revelar aqui o escrupuloso cumprimento do horário de saída do local combinado para as provas, e que fazias questão de deixar bem claro ao dizeres: «A saída é às sete e quarenta e cinco do largo. Quem não estiver aí a essa hora fica em terra». O pessoal já sabia, e normalmente chegava a horas.
Insto-te a continuar a escrever sobre o grande clube que é «Amigos Vale do Silêncio».
Parabéns pelo texto, gostei muito
Um grande abraço
Leonel
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